segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fuga em Dor Maior

Gosto das fugas sinceras,
Dos que assumem o desgosto.
Não chegue à minha frente
Como quem se alegra!
Tampe a falsidade do seu rosto...
Veja que é feliz o que sente –
Já que nada é o que nos dá,
O direito de franzir o corpo
E fingir que não é gente
Aquele que nos pediu pra amar.
Estão enferrujados
o ferro e a solidão,
o jugo com sua casa,
o medo e a noite vasta,
porém o sonho não.

Estão enferrujadas
a morte e sua aljava,
a faca sob a toca,
porém, o braço não:
quando se ergue, corta.

Carlos Nejar



Copiei de outro blog, se fez inevitável.