quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cigarros

Acabaram-se os meus cigarros.

Entristeço-me, ao jogar fora, anos de investimento.
Como é que pode se acabar o meu último maço?
Todos os outros que traguei,
em razão deste último,

Vazio.

Com todas as marcas de batom que ficaram estampadas
nos filtros, por onde não passavam nada além de sonhos,
Na fumaça que formava imagens
de um sublime e radiante futuro,

apagado.

Meu cinzeiro improvisado numa caixa de aparelho dentário,
minha mania de bater o cigarro pra prensar o fumo,
minha vontade de um café bem forte
minha ânsia por encontrar,

um prazer.

Fumei os meus cigarros em devaneio,
andei a perder-me entre as brasas
e bailei entre as névoas do meu cachimbo
mas não fiquei satisfeito

ainda tem combustível
no meu isqueiro.