terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Alento

Vem com a noite e o tormento
A visão de que sou o rebento
Desse mundo, do padecimento.
E cá, nesta parte onde sento
Visita-me constante o vento
Sopra forte, sussurrante, na orelha
E eu me atento:
“Já não há alento!”
Não há passo, nem compasso
Respiração e nem mesmo
um braço a abafar
Só há tempo.

Tempo,
Vento,
pensamento,
Que nasceu e padeceu
Em sofrimento
Povoado de amor e tormento
Mas já vai encontrar,
Desperto e atento,
O seu tão alvejado acalento
Logo junto ao testamento
Sob a pedra fria deste túmulo
Em que hoje em dia, me acustumo
E me sento.

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