quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Queda

(Para Augusto dos Anjos)

Beijei o chão,
aos pés do morro.
virei de frente,
pedi socorro.
não veio ninguém,
pra ver a dor,
quando gritei.

Não foi por medo!
nem por preguiça.
não veio ninguém,
por egoísmo.
achar que a dor,
não fez sentido;
e que a minha queda,
foi construída,
ornamentada
na despedida,
de um melodrama
e não da vida.

Morri ali,
em meio ao lixo.
Prestando honras,
as tuas quimeras.
Que não se apiedam
do que está apartado,
mas ignoram
o que os espera.
(A solidão, esta pantera...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário