Fiz uma casa no inferno
toda revestida de sonhos
com a puerilidade, juvenil,
descontínuas paredes nuas,
tristeza, um amor medonho.
Mas, não, não foi o Diabo,
quem fez ruir a casa do homem
foram, uma após outra pedra
atiradas nos peitos arfantes.
Outros homens mataram os sonhos.
Não foi o Diabo, o sádico
que fez sátira da minha pobreza,
que se riu de minha maior tristeza,
com sua sinistra arcada dentária.
Mostrando-se saciado com o fracasso.
Ele, demoníaco, pitoresco, belo!
Me ofereceu um chá bem singelo,
e disse que, agora, era digno
da sua companhia, e que,
mesmo tendo em mim, a maior
dentre todas as alegrias,
já não poderia voltar atrás.
Pois havia entendido que o mal,
tão adorado e tão temido,
não é o diabo quem faz.
Mas o homem que ao se ver
refletido no amigo, transforma-se
de imediato, em besta voraz.
E arrasa tudo que havia construído,
dando ao conhecimento, a fama por trás.
Deixei ele pra lá, e dei ouvidos,
mais uma vez, às tentativas
que o meu amor me traz,
pois, ele me entende, e sabe bem,
que a minha tolice extrema
é por querer ver no homem,
um ser que destrói, por amar demais.
Um dia, hei de tomar outro chá,
e entabular nova conversação,
quero explicar-lhe, que entendo
o sofrimento que lhe aflige
e que seu amor também não foi em vão.
O Anjo da Luz, do conhecimento,
da razão, gosta do homem,
como gosta um irmão.
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