segunda-feira, 14 de maio de 2012
A poesia é um jeito estúpido
De profetizar, versificando,
Aquilo que nunca será.
A poesia é um modo pardo,
De enxergar o mundo em cores,
E deixar de lado as amarguras.
A poesia é um calmante,
Para viver, cada ínfimo instante,
Padecendo superlatividades.
O poeta, idiota, com sua prosa rôta,
Arrota em cada letra, uma lágrima, absorta.
O poeta, dilatado, de seu modo torto e alçado,
Racionaliza as derrotas em soluços malfadados.
O poeta, desmembrado, sensual, imaculado,
Faz da vida, qualquer coisa, uma canção agoniada.
O leitor, falso esteta, é comedido por um espasmo.
E na vontade de ser sábio, comete o crime do entusiasmo.
O amor, belo diabo, com seu aspecto, abestalhado
Comove o mundo, através das flores, ao do pé do túmulo
Do poeta feio, dos versos faustos.
Onde a lápide diz:
Não foi ninguém o tal coitado!
Mas, se caso a vida, que lhe faltou,
Tivesse, em tudo, perdurado
O homem triste, de versos fúnebres,
Teria um dia, quem sabe, se tornado
Um ninguém para eternidade.
Um homem digno, de ser guardado.
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Putzzz... isso... deve ser... se não for o que será?
ResponderExcluirGostei demais.