sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Deus-tino

O que achas que pode contra mim, meu senhor?
Não és tão grande quanto lhe atribuem os tolos,
Em nada és forte, teu culto já não existe em meu mundo
Queres deixar-me em maus lençóis mas, desconheces minha natureza
A fundo, és tão podre, se baseia apenas no infundável de minha vida
Sou imoral porque posso sê-lo, não me dizes nada sobre o que posso,

Sou surdo a seus esforços, não me puxe com o seu braço maldito.
No meu mundo não há musa e não há moira, entendes?
O meu mundo é dos homens factíveis, dos reais.
Dos viciados, dos imorais, esses são a minha imagem e semelhança.
Não é você que só não morre por não existir! Malditos sejamos nós!

Contraditórios em nossas preces
Somos seculares diante do divino
E divinos diante do secular.
Atenção!
Sejamos humanos!
Só isso deve ser respondido,
Diante de todas as perguntas
Afinal de contas, que mais nos resta.

Sou o que sou, amaldiçoado ou não.
E que me importam as maldições?
Todas frutos de perversões de nosso olhar
que faz o possível pra se desviar daquilo que é evidente.
Senhor destino, lhe reservo um beijo frio
O beijo daquele que sabe que nada mais é possível diante da sua figura.
Figura que já há muito não é pintada.

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