sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Se queres a verdade...

É com a verdade que tu sonhas menina?
É da verdade que tu dizes tais palavras?
Estás certa que não é de um sonho?
Não seria onírico o teu precioso mundo,
De verdade ocultada por uma sombra de transcendência
Onde os homens se freqüentam por serem simplesmente o que são,
E por nenhuma outra verdade mundana,
Por nenhum outro comércio de idéias?


É menina, eu já a algum tempo já não me faço outra coisa a não ser suicidar-me
Pela dor que, de ser homem se transforma em mercadoria
Por acaso seria do mesmo pão de que se alimentam lebre e lobo?
Por acaso seria o mesmo o papel do rei e do bobo?


Mas, é com infelicidade que digo,
Que há de existir sempre bobos
Que as lebres valerão menos que lobos,
E que homem há de sempre ser uma mercadoria,
Uma mercadoria metafisicamente simples.

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