sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mortuário

Se querem me matar, que o façam logo!
Não perguntem o modo, não me perscrutem
Não direi uma única palavra a respeito disso, de nada.

Não lhes darei dicas sobre a minha forma de minguar
Acabarei através da surpresa, pela criatividade de vocês
Sem saber que acabo ou que já não existo.

Não me farei morrer como imagino,
Minha mortalha está já reservada para todos visitarem
Descansarei como sempre, mas com um detalhe - será o descanso de um humano.

Saibam que mesmo sem encostar em mim
Entendo o que dizem, me encurralam em seus olhares
Me dão a força daquele que será reprovado sempre

Do rebelde, que não se curva diante de um amor insosso
De quem precisa de mais, de quem quer sempre ir além
Fazer-se junto, e mais, fazer-se homem.

Vocês podem até conseguir me enquadrar, me moralizar,
Fazer-me curvar, mas isso será uma morte, a morte que vocês não planejaram.
A minha morte, essa não é assim – é humana!

Me recuso terminantemente a cumprir regras,
Não firmarei acordos, não serei partidário de vocês,
Serei humano até o fim!

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