sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Noivo

Noivo de minha solidão espreito a um outro dia
Querendo ser mais do que ser, quero agonizar no gozo
O gozo da fortuna, do acaso, daquilo que ainda não é
Do que sou.

Gosto de ter entre os dedos a mais impura das águas
Aquela que desce dos céus de uma selva irrazoável, humana
Toda cidade me traz ao peito a angustia de minha solidão possível
Da minha companhia maculada, da TV que não assisto
Do que poderia ser aquele que não sou.

Quero saber da minha alma que anda perdida em meio às saias
Saias que pertencem às namoradas que não tive
E não tive por que não quis, nosso tempo foi adiado (pra sempre)
Adiado pela comoção de uma poesia vadia, sem rumo

Vago em desvarios, como se não fosse pra ser
Mas é, e por ser já merece as reverências
Todas prestadas por quem não conhece o que conheço
Pelo que há de vário em ser
E pelo que há de absoluto em não ser.

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